MãoFina

Janeiro 01 2009

... pelo menos para cada um de nós. Chegando à época festivamente farta do Ano Novo, a tendência geral é para agendar aquela dieta infalível, deixar de fumar, ler todos aqueles livros chatos a transbordar de sabedoria, mudar de emprego, lutar por uma promoção, decidir alguma coisa, começar a poupar para a reforma ou outra coisa qualquer, separar o lixo, mudar de atitude, apagar os contactos dos ex, ganhar mais dinheiro, etc. A verdade, é que não podemos mudar a nossa Natureza e vamos continuar a ser teimosos, a ter calos nos pés e memórias vivas do passado. Mudamos sempre um bocadinho todos os anos, quanto mais não seja reflectimos o que não queremos na nossa vida no futuro a cada segundo mais próximo. Acontece que ter razão não faz com que esteja tudo bem.


Eu espero ter razão menos vezes e ser mais feliz um bocadinho. Também espero concretizar aquela dieta, ler todos os livros possíveis, ter mais dinheiro, poupar para a faculdade e esquecer, pelo menos, o que não vale a pena ser recordado. As mudanças ocorrem a partir de dentro, para serem reflectidas na nossa atitude e esperar um contagio tão vilmente doce de quem o consegue. O que poucas pessoas pensam nestas alturas é no peso que a sorte e as decisões alheias têm sobre a nossa vida. O caos aleatório que está a assombrar desde que o primeiro pensador 'pensou' sobre ele. 


Se houvesse uma máquina fantástica super-potente que pudesse, efectivamente, calcular através de todas as leis e formulas, nunca ela poderia calcular a Lei do Caos. Senão, saberíamos exactamente quando um meteoro irá colidir com a Terra, a rota exacta de cada tornado meses antes de acontecer, se há, de facto, vida noutro planeta ou como será o dia de amanhã, calculando a temperatura e a reacção do nosso corpo, o movimento circular de cada ser vivo, as condicionantes psicológicas e os comportamentos metódicos. Mas, existe a Lei do Caos que faz com que qualquer tentativa de planear o futuro seja apenas e somente remotamente possível. No entanto, insistimos, confiando nas rotinas possíveis de cada dia e nas projecções sensatas que a experiência nos ofereceu. Amanhã, acordar às 8.30, tomar o pequeno-almoço, comprar o jornal, ler o jornal, ir ao ginásio, blablabla. Porque sem planos nem perspectivas não somos nada, não somos seguros nem temos credibilidade própria. De nada adianta viver o dia corrente como se fosse o último, porque o risco de perdermos tudo o que podíamos ter hoje e amanhã já não estará disponível, é francamente menor que o risco de não prepararmos os próximos dias e viver quase eternamente. 



Não há nenhuma conclusão estilo salva-vidas deste artigo, há, sim, a esperança de não ser lixada pela Lei do Caos este ano. Nem eu, nem vocês.



De Joana, com amor xxx


contra indicações: cócegas e palmadas
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